Era feito em seu jeito o Rapaz de Cotão
De borbotos, pós e fibras várias ,
Das sujidades que vagueiam no chão,
Mais de micróbios e ácaros párias.
Tinha na sua consistência porosa
A fácil e evidente razão da repulsa.
Mas em tal matéria horrorosa
Um puro e verdadeiro coração pulsa.
O Rapaz de Cotão cresceu enjeitado,
Coberto pelo pó, rebolando o chão.
Pelos pais ressentidamente rejeitado
Numa infância de triste alienação.
Que sentimentos tristes o entupiam!
Nem companheiros, amigos também não.
Só os ácaros que em si viviam
Quase lhe aliviavam aquela solidão.
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
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1 comentário:
Que história tão doce e melancólica, que história tão bonita! também diverti-me com a parte da cópula com o aspirador, as coisas de que se lembrou a senhora dona mamã!
Iharah
Belo conto.
Um abraço
V.
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