sábado, 8 de setembro de 2007

O Rapaz de Cotão (4ª Parte)


Vagueando um dia pelo chão do sótão,
Encontrou no escuro daquele espaço
Sentada numa velha caixa de cartão
Lívida e só a Boneca Palhaço.

A Boneca Palhaço, matrafona feia,
De cabelo áspero, espetado e colorido,
Cabeça grande feita de uma meia,
Vestia um remendo em jeito de vestido.

Tinha em lugar do olho, um botão.
A cara pintada de leve esborratado.
E em breve e cândido acto de contrição,
Deixou o Rapaz perdido e apaixonado.

A Boneca nas suas cores desbotadas,
Tinha baça fuligem de tempo no vestido
E contas de metal no pescoço pregadas,
E na mão fechada um violino partido.

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