quarta-feira, 12 de setembro de 2007

RATOS DE BIBLIOTECA

O que tenho para contar nada tem a ver com bibliotecas mas como é ditado de pé num computador da biblioteca de Oeiras, vale a pena entitular a coisa de rato de biblioteca...esses espécimes metidos de nariz nos livros.

Ontem aconteceu-me uma coisa que eu queria oferecer à Patricia, porque ela parece-me querer partir de muitos lugares.

Eu e o senhor marido metemo-nos no carro com o puto e andamos por aí sem destino apenas ouvindo uma antiga cassete de fabuloso Jazz. Aquele Jazz do caraças, estão a ver? Aquela cassete é uma reliquia porque nos leva de volta ao mesmo amigo, o Mito. Um pintor caboverdiano magnifico que é primo do senhor marido e meu amigo de infância. Foi ele o responsável por termos Jazz no coração. Quando eu era menina ele arranjava umas cenas a que chamava de "balisinhas de Jazz", eu e a minha melhor amiga Isa (mana dele) estavamos convidadas a entrar no fabuloso mundo de arte do seu quarto para dançar Jazz.
Há lugares de felicidades delicadas que até para contar perdem o nome. Querem se esconder e guardar.
Ao Ricardo ele gravava milhares de cassetes com tudo do bom da música, e ensinava a papar programas de TV que fatidicamente finaram com o tempo.

Ontem, eu e o Ricardo, mais o puto pequeno, passeámos ao som do Mito. Corremos a marginal de ponta a ponta e depois de tal forma relaxados e frescos de espirito, estacionamos a viatura no paque da praia da torre.

Meus amigos, a natureza deu música! Dentro do carro, Mauro no sono, flashes de relampagos exuberantes iluminavam o céu nocturno, dando música, trovoadas faziam de contra-alto, e a chuva que inicialmente batia de fininho nas janelas, caiu em cascata por sobre o capot...o som era...extraordinário.

Ficamos ali uma hora até a natureza dizer bye bye temos sono.

Um pessoa viaja todos os dias nas coisas simples do mundo. Basta se abrir.

Pequena Patricia, se estás de desanimo, acorda para ti e vai lá fora que tudo se resolve num momento. Ou então, sonha, veste uma camiosola de caxemira um par de manolo blahnik e sai porta fora nua.

Um abraço a todos
um beijo nas asas da butterfly
Um abraço no cvoração da Pat

V.

3 comentários:

Carlota Janota disse...

Oh querida nessita, parece que te estou a ver na salinha multimédia de roda dos computadores, com uns headphones daqueles bem grandes enfiados nos caracóis banhados em chuvas torrenciais, a ouvir um "Jazz do caraças" (isto já numa troca de histórias e alguns acrescentos)!

Mas há aqui uma coisa "que me está a deixar em fezes", como dizia a minha querida Amélia do tempo dos tremoços. Então mas a menina fica sempre de pé, coitadinha? Não há por lá um banquinho? Ai, a nossa querida biblioteca tem destas coisas..

Por falar nisso, tenho 1 livro para entregar há séculos. Quem sabe não nos vemos por lá! ;)

(Ah, razões da minha ausência: trabalho, trabalho e mais trabalho. Mas bem que podíamos combinar qualquer coisa entretanto. Nem imaginam as saudades que sinto desde aquele dia tórrido em Évora)

Muitos beijinhos :)

Patrícia Grade disse...

Minha querida rato de biblioteca, afianço-te que o que eu mais gostava era calçar uns Manolo Blahnik e lançar-me à estrada assim mesmo, só...
Mas a vida real tem destas coisas, essas preciosidades com que me acenas não vêm para os meus lados e nem eu tenho idade suficiente ainda para essa coragem toda que me arvoras!
Ainda assim, tenho esperança de me atirar um dia de camisa pelas ruas, procurando cerejas, ou sei lá... uns Manolo Blahnik?
Beijo minha mana querida!

NinaSimone disse...

Carlota, menina do mel, nem imaginas...por aqui (estou de novo na biblioteca) há coisas do mais marado possível! Há computadores (internet) para a malta escutar de pé!!!! Também ando a querer abater umas gorduras de maneira que vale o exercicio. :-)

Indomável fera das letras :-)
Eu preciso de te caçar a sós...levar-te a ver o vento. Queres? Arranja-se, a serio!
Vou mesmo ter que te mostrar que é coisa que se arranja menina. Tenho-te feito promessas...promessas...torridas...
Agora a serio, a cena do vento não é literatura, é verdade mesmo. Queres?