quinta-feira, 13 de setembro de 2007

A natureza...

...Canta para mim..
Dia 12 de Setembro de 2007... O dia nasceu negro, a noite fora tempestuosa, trovoada de arrepiar e uns relâmpagos lindos, azuis, com voz imponente lançavam-se à terra, carpindo as mágoas de um Verão que se despede...
Como sempre apreciei o som da tempestade. Nascida em África, penso que o trovão e o flash do relâmpago façam parte da minha carne e do meu sangue... não sei, talvez façam...
Eu sei é que nessa noite a natureza cantou para mim, uma autêntica ópera das Valquirias, com o mundo a desabar sobre a minha cabeça!
O dia amanheceu ainda assim negro. Costuma dizer-se que depois da tempestade... a bonança... mas desta vez parecia que a tempestade tinha apenas feito um intermezzo para continuar mais tarde.
O dia era o último de férias para os meus pequenotes e resolvemos tirar a tarde para um passeio à beira mar. Almoço e café na Marina de Vilamoura, zona in e out quando estamos em pleno Verão, mas agora bem simpática para um respirar tranquilo e um adeus à dolce vita...
O negro resplandecia no céu e parecia que nos ia cair em cima a todo o momento. O movimento das nuvens nem chegava a ser visivel, tão compacta era a massa negra acima das cabeças.
Sentámo-nos na esplanada da Häagen Dasz para um cafezinho e gelados e durante as brincadeiras dos miudos resolvi dar uso à net móvel no meu Sony Ericsson...
Tinha deixado o Michael Bublé cantar por mim o que sinto pelo pessoal do Lec e a Nessa, como é incapaz de resistir a um bom desafio, respondeu à letra. Li e acatei o conselho de sair e procurar a minha luz e no preciso instante em que olhei o céu lá estava ele... Sua excelência o Sol rainha, espreguiçando os raios mais afoitos por entre aquela escuridão ameaçadora.
O arrepio foi instantâneo - recebi o teu sorriso Nessa... obrigada minha querida.
Sorri de volta aos raios de sol e mandei-os levar-to para que soubesses que te tinha ouvido.
A Natureza cantou para mim, mesmo sem os trovões, sem os pingos grossos da chuva no telhado, sem os pássaros ou as borboletas. Aqueles raios por entre as nuvens tinham som de cristal e de riso amigo!
Não me vou... fico... não sei até quando...

1 comentário:

NinaSimone disse...

Meiga e doce Indomável, tenho que te confessar uma coisa, tens me ensinado o valor das palavras comuns para expressar sensações.

palavras como por exemplo, bonito, não há lindo, nem belo, nem fabuloso que expliquem o exacto som que faz a palavra bonito, e a exacta medida que ela contém. tens me ensinado a dizer meigo e doce e querida e outras muitas, palavras que não precisam de complicação nenhuma para se estenderem.

Por vezes digo coisas que parecem apenas literatura, brincadeiras de palavras, composições de usuras, mas farás ideia, do quanto me preenche sentir que, houve quem, percebeu que do fundo à superfície, não é mais do que vida.

Partilha, minha querida amiga, partilha, de sol e trovoadas. Patricia, solta as trancas à porta, o mundo está cheio de gente para te acolher. Quando o mundo cair, ele cai sempre junto com o céu, as nuvens e toda a passagarda do seu tecto.

Ou assim olho, para encontrar caminho por entre os escombros.

Quando se sai, o mundo afinal, não custa assim tanto. Vamos passear? Por ai à toa mesmo, como se os passos soubessem o que fazer.