quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Apenas para soprar

Ali pelos lados do cabo da roca, há um mar do mais bonito que existe que é um abismo profundo de azul, e bem no meio repousa um enorme penedo onde as ondas descançam. Não são muitas as vezes em que penso no nome de oceano. O mar é mais pequeno, mais divertido, mais algo com que peitamos. O oceano não. O Oceano...desintegra-te.
Sabem como se move o oceano ali pelos lados do cabo da roca?
Como lava.
Chama-te como o diabo: Salta, salta...
Se eu não soubesse que se morre, e em mim não morasse o susto, aquele jingar me convencia. Eu saltava crente que poderia ser um peixe voador.

Mas valeu deixar cair a mente lá em baixo. Está fresca e desnorteada, sem nomes, sem conceitos, sem pedantismos, sem noção de centro, sem cadastro. Um dia desses quando der, vamos lá busca-lo. Eu trago-me e voces abandonam-se. Que tal?

Boas brisas.

3 comentários:

bruno cunha disse...

Excelente crónica, simone!
Estás mais que madura para começares a escrever contos!
;)

NinaSimone disse...

Pssst...Nada de crónica isso apenas formas de eu. Há coisas no eu que não tem nada de intimo, são apenas maneiras de estar esponja, e essas enquanto contos...perdem-se na maneira de se oferecerem. Há situações de impacto que te fazem ver a base, e isso valorizo como ouro. Cabo da Roca é assim. Céu estrelado também, mas o oceano move-se como um monstro enorme e pesado mas belo, enquanto as estrelas piscam mais longe.
Aquele abraço amigo. Espero que aches decente essas formas de strip. (risos)

alf disse...

muito bom... muito bom... exactamente o que se sente.

Estamos tão cheios de ideias feitas, de medos e ânsias, que nos é dificil esta coisa simples de ouvirmos o fundo de nós mesmos, límpido, sem ruídos, e pô-lo assim verde no branco, sem uma palavra a mais, em silêncio.